domingo, 8 de setembro de 2002

Santo não peca

A inteligência é a faculdade mais importante dos animais e que no homem, devido sua anatomia, atingiu o ponto mais elevado, conseqüentemente tem também o ego mais desenvolvido. Se por um lado isto é positivo, por outro é extremamente negativo uma vez que o torna excessivamente egoísta; esta exaltação do egoísmo é a origem primária de todos os males que assolam o homem, a sociedade e toda a natureza. Com a finalidade de tornar o ambiente propício à vida em sociedade, o homem criou os governos para controlar os ímpetos do ego, constituindo as autoridades governamentais. Mas estas, infelizmente, também são humanas, portanto vulneráveis.
Então, muitas delas, sem o devido preparo, se exorbitam, e em suas imaginações pensam que são divindades, talvez um anjo, um arcanjo, ou mesmo um querubim, e assim se afastam da sociedade, refugiando em seus pedestais de bronze e granito. São os puros. Os outros são pecadores, criminosos ou marginais.
Entretanto, o que caracteriza o pecador são os seus pecados; o que caracteriza o criminoso são os seus crimes. Quanto mais pecado, mais autêntico é o pecador; quanto mais crime, mais autêntico é o criminoso. Já o que caracteriza o santo é a ausência de pecado; o que caracteriza o justo é a ausência de crimes. Assim o pecado e o crime em nada alteram o estado do pecador ou do criminoso, mas, basta um só pecado, unzinho só, para deixar de ser santo; basta um crimizinho só, uma pequena delinqüência, para deixar de ser justo, portanto, seus presunçosos, desçam de seus pedestais, abandonem seus empíreos e venham habitar conosco para sentir de perto nossas franquezas, nossas limitações, nossas necessidades, e ajudar a resolver nossos problemas, mesmo porque, muitos deles foram criados pela incompetência de nossas autoridades, pois não foi o povo quem quebrou o Banespa, a Minas Caixa e a Caixego, mas sim estes falsos governantes que depois abandonam os que erram, em penitenciárias pútridas, fétidas, imundas onde a vingança constitui o fundamento central de suas intenções, mas são desprovidos de amor, de suavidade, de carinho, de paciência, tão importante na recuperação dos que erraram, e principalmente na prevenção. É assim que entendemos...

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