sábado, 20 de outubro de 2001

Uma mensagem aos motoristas

São comuns as pessoas discutirem sobre futebol, política, e outros assuntos, com tanta veemência e paixão que por vezes chegam ao estremo e até as vias de fato. Outros declaram com tanta ênfase que seus carros são os melhores, assumindo uma atitude mesquinha e antipática. Afinal, por que tudo isso? Afinal, são por ventura diretores dos clubes ou seus jogadores? São políticos ou seus parentes? Ou ainda foram os projetistas que construíram os carros ou que tenham apertado pelo menos um só de seus parafusos? Não. Com toda certeza, não. Por que então tudo isso? A resposta é simples: essas pessoas são fúteis ocas, internamente vazias que buscam uma compensação externa na esperança de preencher sua vacuidade interna.
O que está acontecendo neste início de milênio é estarrecedor e lamentável, hoje, o ter vale mais que o ser; o carro vale mais que o motorista. O desejo insaciável do ter é a causa primária de todos os problemas que assolam a humanidade. Esta inversão de valores, motivada e mesmo imposta pelo asfixiante sistema econômico que declara equivocadamente que as pessoas valem pelo que elas têm, deverá ser imediatamente revogada e será fácil, basta que cada um compreenda que o ser é bem mais importante que o ter. Então...
O motorista consciente é feliz, porque considera o pedestre. A preferência é sua, amigo pedestre, eu lhe espero, estou de carro, portanto sou mais rápido.
O motorista consciente é feliz, porque compreende seus colegas e não interrompe o trânsito quer rodando em baixa velocidade ou parando em fila dupla.
O motorista consciente é feliz, porque aguarda serenamente a sua vez, não insistindo ou buzinando nervosamente.
O motorista consciente é feliz, porque não grita e nem xinga o colega quando este erra, mas o cumprimenta e lhe oferece ajuda.
O motorista consciente é feliz, porque dirige em velocidade correta pois assim entende e não por medo de radares e multas.
O motorista consciente é feliz, porque é cuidadoso, tranqüilo, útil, prestativo... Enfim é um cidadão.
Oxalá nossas autoridades na área do trânsito, também fossem conscientes e procurassem orientar amorosamente os motoristas e não valer de seus descuidos e equívocos para lhes multar com valores elevados que embora legais, são injustas visto punir mais o pobre do que o rico e deixando perceber claramente que exploram delitos e vendem perdões.
Estamos terminando o primeiro ano do século XXI e iniciando um novo procedimento, que será certamente a característica fundamental deste Terceiro Milênio e a nossa redenção.
Oxalá, todos assim compreendesse...

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