domingo, 29 de julho de 2001

Uma proposta alternativa

Acabamos de ingressar no terceiro milênio da era cristã, caracterizado mais pelo desenvolvimento técnico-cientifico do que pela fé religiosa, pois com a experiência retratada no cotidiano, vê-se quantas vezes o ódio tem sido mais forte do que o amor, e a vingança mais do que o perdão. A esperança de redenção do homem parece distanciar-se. Precisamos, urgentemente, abandonar os procedimentos antigos que se mostraram ineficazes, visto as freqüentes notícias sobre os crimes, rebeliões nos presídios, corrupção de políticos, furtos, estupros e outros, e buscar novos horizontes para renovar nossas esperanças.
Não somente o homem, mas muitas espécies de animais, também vivem em sociedade exigindo uma disciplina para tornar o ambiente propício e agradável, portanto necessitam de um líder, de um governo. Vivemos em uma democracia onde o poder emana do povo, assim as autoridades constituídas, são apenas funcionárias e serviçais do povo. A sociedade é a senhora e os governantes são seus empregados. Enquanto tais autoridades, não reconhecer esta condição, continuarão despóticas e autoritárias e não cumprirão suas obrigações e quem pagará e sofrerá, é sempre o povo como muito tem acontecido.
Governar é dirigir, orientar, dedicar, amar... Entretanto, o que recebemos são repreensões, castigos, punições, explorações, humilhações... Os exemplos além de abundantes são ainda mais horripilantes. Injustiça e mais injustiça se praticam em nome da justiça. Violência e mais violência se praticam dizendo combater a violência. Especificamente, tudo isso acontece com freqüência, na área do trânsito. Entendemos facilmente a necessidade de uma legislação para nortear e orientar os motoristas, mas discordamos totalmente do tratamento dispensado aos que erram. Estes em vez de ser tratados com cuidado e carinho, são, entretanto, agredidos, violentados e explorados com multas excessivas, que não corrigem em nada o infrator, visto que as multas não dão a eles as orientações de que necessitam, mas apenas enchem os cofres públicos para ser depois, marotamente esvaziados. Ora se um motorista cometeu certa infração, é porque a ocasião assim exigia, ou porque não conhecia bem o código e neste caso deveria ser reciclado e conscientizado com palestra educativa. Será que apenas multado ele aprenderia tudo isso? Além do que, a multa é injusta, porque pune mais o pobre do que o rico, mostrando ainda que o Estado explora delitos e vende perdões. Considere-se por outro lado, a grande impropriedade que existe, pois os serviços de radares foram terceirizados, estando deste modo, atribuindo a empresas particulares, a tarefa de orientar, ou melhor, dizendo, punir o povo, tarefa esta, que é intransferível e exclusiva do Estado. Não fora o lucro tentador e a grande ambição, tais empresas não se habilitariam.
Os milhares de motoristas que foram multados sentem-se violentados. Então as autoridades competentes, em lugar de multar, deveriam oferecer primeiro uma reciclagem acompanhada de palestra educativa para que o motorista se aprimore mais, conhecendo melhor as normas do trânsito, e depois, determine dentro de sua capacidade, para que repare o erro cometido, prestar um serviço na área social que é de maior proveito para a sociedade. Esse é o procedimento correto que deve ser adotado por nossos dirigentes, porque somente assim, as pessoas mudarão e o mundo ficará certamente melhor...

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