terça-feira, 17 de abril de 2001

Laranjas e maçãs

O dia amanhecera lindo... Apenas uma pequenina nuvem branca manchava o azul do céu, refletindo a paz e a tranqüilidade, características das alturas e da imensidão celestial, contrapondo as guerras e os desesperos, próprios das baixezas terrenas. Embora do alto do céu, a terra pareça azul, na realidade é avermelhada, colorida pelo sangue diluído com lágrimas e suores derramados por milhares de infelizes que não encontraram um ombro amigo ou mesmo uma pedra onde repousar. Os problemas sociais que se avolumam em nossas cabeças, deixam o homem preocupado e aflito, em busca de soluções. Nem o grande desenvolvimento técnico-cientifico, marca fundamental deste terceiro milênio, será suficiente para diminui-los e hoje a humanidade ansiosa, procura desesperadamente um caminho.
Então, em casa, logo após o almoço, comentávamos sobre tais problemas que somente serão resolvidos, como dizem, quando houver a vontade política de nossos governantes.
Por que vontade política? Ora, simplesmente vontade. Pensem! E será que falta apenas vontade? Suponho que não, pois “com homens de boa vontade o inferno está cheio”.
Neste momento minha esposa, interrompendo a conversa, disse: você está surdo, eu lhe pedi maçã e você me deu uma laranja!
Ah! Sim. Tirei outra laranja do cesto que se achava à minha esquerda e lhe entreguei.
Ora, você está mesmo surdo, eu quero é maçã!
Pois bem, e dei-lhe outra laranja.
Como? Sou sua companheira de muitos anos e exijo uma explicação.
Pois sim, vou lhe explicar. Veja, não tenho maçãs, tenho apenas laranjas, como posso, portanto, lhe dar maçãs? Ninguém dá o que não tem.
Considere querida, que neste mundo de Deus, quantas pessoas mal têm laranjas podres ou mesmo azedas e você quer que elas lhe dêem maçãs? O que está faltando em nossos dias, não são de semeadores, mas sim, de sementes, aquilo que se há de semear. O que está faltando para resolver os problemas sociais, não é vontade, mas sim, idéias e que só surgirão com o pensar, mas lamentavelmente o homem de hoje não tem mais este valioso hábito, razão do acúmulo da violência que agora enfrentamos, portanto pense! Pense! Pense! Este é o caminho. Assim pensamos e assim havemos de entender...

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