domingo, 18 de junho de 2000

Utopia

Por diversas vezes, o homem, tem se mostrado paradoxal com atitudes incompreensíveis. Por um lado, procura realizar seus desejos, por outro, sente receio. Se for pesquisador, não pode ser conservador.
A humanidade, que é evolutiva, está, entretanto, presa ao temor. A razão do medo é a incerteza do futuro, e o homem, que é a sua unidade formadora, prefere conservar suas idéias, mesmo com resultados insatisfatórios, a arriscar uma nova teoria. Justifica seus receios, mostrando-se exigente e até mesmo com uma aparente sensatez, dizendo que as idéias avançadas são utópicas. Busca resultados imediatos, de curto prazo, mas nem repara que os métodos usados são antigos e ineficazes.
Quando Napoleão Bonaparte conquistou o Egito, maravilhado diante das obras arquitetônicas daquele antigo império, declarou: Do alto dessas pirâmides, 40 séculos vos contemplam.
Há mais de 4.000 anos, essas pirâmides foram erguidas para a contemplação da humanidade. Naquela época, a sociedade já possuía governo, os faraós e já havia corrupção; já havia polícia e já havia crime; já havia escola e já havia escravidão; já havia religião e já havia pecado; já havia família e já havia desamor... E tudo isso, é o que ainda temos.
Hoje, estamos vencendo 2.000 anos de cristianismo e ingressando no terceiro milênio.
A ciência e a tecnologia tiveram um avanço espetacular: já fomos à lua e dela regressamos, inventamos a luz elétrica, descobrimos os segredos do átomo e recentemente, desvendamos o código genético; a população humana explodiu a casa dos seis bilhões de habitantes, porém, lamentavelmente, na área do comportamento humano, estamos como antes: construindo pirâmides, na mais clara das utopias.
Para vencer este costume, e buscar urgentemente, respostas para nossas angústias, nossos males, nossas preocupações, nossos receios, é então necessário, ampliar nosso horizonte e buscar a verdadeira solução que começa abandonando o cotidiano e o convencional, e ainda esse sentimento de medo e receio que é o alimento dos covardes, aceitando as idéias inovadoras, próprias dos arautos, que são dirigidas principalmente, aos corajosos e destemidos.
Só assim, não seremos utópicos.

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