domingo, 23 de julho de 2000

A porta do céu é ampla, larga e espaçosa

O agente primário dos atos humanos é o pensamento, que após analisado pela luz do conhecimento, chega-se à conclusão do que deve ser realizado e então depois de convicto, toma-se a decisão, cujo êxito depende ainda do modus faciendi. Desde criança que assim procedemos e não medimos esforços, não avaliamos as dificuldades e nem contamos os aborrecimentos. Marchamos resolutos em busca do almejado. Os exemplos desta conduta são vários.
No passado, quando adolescentes, entendíamos que era sumamente importante saber andar de bicicleta. O aprendizado foi longo, sem professor. Tivemos que aprender sozinhos e com muitas dificuldades, várias foram as quedas, muitas escoriações, mas em nenhuma ocasião ficamos aborrecidos, pois estávamos como que anestesiados pela convicção de que era necessário, importante, maravilhoso saber andar de bicicleta. Então vencemos!
Outro exemplo, que lamentavelmente ocorre entre os jovens adolescentes, pelos seus despreparos, é o desejo de fumar que representa para eles uma auto-afirmação, algo muito importante para compensar a vacuidade interna, e assim convictos, começam a fumar, embora passando por todos os problemas, incômodos e dificuldades causados pelo fumo, como calafrios, tonteiras, sudoreses, enjôos e outros, sem contar as repreensões feitas pelos pais. Assim convictos, vencem a própria natureza e se tornam dependentes do fumo. Com tudo e com tristeza, verificamos que depois de adultos, não têm a convicção para abandonar o vício, embora seja muitas vezes mais fácil deixar de fumar do que aprender, uma vez que deixar, significa voltar ao natural. Assim se comportam as pessoas e assim mostramos resumidamente a força da convicção.
Compreendendo então, o seu grande valor, concluímos que a porta do céu é ampla, larga e espaçosa, até mesmo fácil e agradável e não, estreita, apertada, difícil, sacrificial, como dizem, pois o que faz a porta do céu parecer estreita não é senão, a larga ignorância que furta a convicção das pessoas, posto que, esta porta consiste no cumprimento espontâneo, livre, radiante, prazeroso e alegre das obrigações, nascidas da consciência, que constitui a nossa felicidade correspondendo ao nosso verdadeiro céu. Assim também concluímos, que podemos então, comer o pão com um sorriso nos lábios e não com o suor do rosto, como se afirmou no passado.
Uberlândia, 23 de julho de 2000.

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