sábado, 24 de agosto de 2002

Brasil com z

O primeiro nome do nosso grande país foi Pindorama que na língua tupi, significa terra das palmeiras, depois, Ilha de Santa Cruz e em seguida, Terra de Vera Cruz. Devido à abundância de uma madeira cor de brasa, denominada Pau-brasil (Ceasalpina echinata Lam.), usada pelos índios para tingir o algodão, e que se tornou também muito cobiçada na Europa, começou então sua exploração. Os portugueses encarregados de orientar os trabalhos de cortar e lavrar as peças de Pau-brasil foram chamados de brasileiros (suf. eiro, quem trabalha; pão, padeiro; ferro, ferreiro; mina, mineiro, e outros mais.). Tempos depois, inspirados nesta madeira, deram a esta terra o nome de Brasil. Interessante, primeiramente tivemos o nome do habitante, para depois ter o nome do país. O mesmo se deu com os mineiros e Minas Gerais. Isto são coisas nossas e que são próprias dos grandes... Os outros povos, não compreendendo bem estas sutilezas, ficam à deriva, não sabendo mesmo como escrever o nome do nosso país, como acontece aos norte-americanos que escrevem Brasil com “z” - Brazil.
Mas agora, depois do atentado terrorista às torres gêmeas do World Trade Center em New York e ao Pentágono em Washington; depois da represália americana a Bin Ladem, num gesto de espanto, procurando dar uma satisfação ao resto do mundo, assumindo a falsa posição de guardião do planeta; depois que os administradores de grandes empresas americanas, habilmente maquilaram seus balancetes para iludir os aplicadores e manter em alta suas ações; depois que o Presidente do Tesouro Americano declarou que os nossos governantes, logo que recebessem os empréstimos do FMI, estes seriam imediatamente depositados em contas particulares na Suíça, e mesmo assim, foi recebido pelo nosso presidente; depois das bushadas do presidente americano, negando-se a comparecer à convenção de Johanesburgo, onde foram estudados assuntos sociais e ecológicos e agora querendo alucinadamente atacar o Iraque movido por uma alucinação fantasmagórica, contrariando os prognósticos de que este terceiro milênio será marcado pela sensatez, compreensão, carinho, amor e paz. Tudo isto e mais ainda, me permitem agora escrever Estados Unidos com “x” - Ex-tados Unidos, pois eles já eram. Esta é a grande verdade e a mais pura realidade...

sábado, 3 de agosto de 2002

Eleições no terceiro milênio

Estas são as primeiras eleições que serão realizadas neste terceiro milênio. A grandiosidade desta data, somada á importância do acontecimento, exige de nós, eleitores brasileiros, escolher conscientemente e com muito acerto, os candidatos que serão os futuros políticos para compor o primeiro governo no século XXI, que deverá constituir o marco zero desta longa estrada que certamente nos conduzirá à nossa redenção.
No regime democrático (gr. demos, povo; kratein, governo), o poder emana do povo, entende-se então que a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, como já dizia Abraham Lincoln, e deste modo os políticos que nos governam são apenas nossos funcionários, nossos serviçais, nossos empregados. A sociedade é a senhora, a qual será servida, pelo menos assim deveria ser. Mas muitos de nossos dirigentes não compreenderam esta verdade e tornaram-se despóticos e autoritários e deixaram de cumprir suas obrigações para as quais foram eleitos, a fim de atender unicamente os próprios interesses. A experiência do dia-a-dia declara quanto o povo por isto está sofrendo: com a carência total de condições de vida, com a corrupção generalizada, com a violência, com a omissão, com a exploração, com a opressão, com a humilhação e tudo isso nos faz crer que no caso, “demos”, tem mais o significado religioso de demônio do que de povo, visto que estamos vivendo num verdadeiro inferno de problemas, sofrimentos, desesperos, incertezas, angústias...
Há uma lei do TSE que proíbe os candidatos de comprar votos cujas penalidades são severas, inclusive a cassação do mandato, mas de eficácia duvidosa porque não afeta em nada as qualidades daquele que será eleito, portanto é uma lei demagógica, apenas para iludir o eleitor com a falsa impressão de zelo das autoridades eleitorais, mas, o mesmo Tribunal permite as doações de campanhas feitas geralmente por grupos econômicos, banqueiros e empresários, ipso facto, permite comprar candidatos que é muito mais deletério e prejudicial ao sistema, pois deixa o eleito, submisso e compromissado com os doadores, obrigando-o a legislar segundo seus interesses que com certeza não são os do povo. Este sistema de governo nascido do poder econômico é conhecido por plutocracia (lat. pluto riqueza), onde pobre não têm vez, mas apenas os ricos, não sendo assim democrático. A concentração de renda e a miséria são as características fundamentais deste sistema, como bem mostra nossa triste realidade. Se as doações fossem anônimas e em nome TSE, para que este custeasse as eleições, haveria por ventura, algum doador? Creio que não. Não haveria beneméritos. Este processo deverá então ser imediatamente modificado. Mas como?
O eleitor isolado, sozinho, não tem forças e nem condições de se dirigir aos políticos para sugerir propostas, reivindicar, pedir, solicitar um favor, enfim está marginalizado e em nada colabora e nada recebe. Contudo, associando-se a um movimento ou agremiação de eleitores, sem compromissos partidários, formando um grupo forte e poderoso, terá, portanto, condições para escolher candidatos, estabelecer com eles um compromisso de trabalho mútuo, criando laços de amizade sincera, podendo assim, participar mais de perto, com oportunidades para sugerir propostas, reivindicar, pedir, solicitar favores, enfim colaborar e receber. Isto sim é ser cidadão e exercer com inteligência a cidadania...