sexta-feira, 14 de fevereiro de 1997

Dois mil anos de um cristianismo sem Cristo...

Desde os primórdios da sua criação, que o homem leva uma vida cheia de atribulações e sofrimentos. Atualmente, estamos vivendo um período de desatino, tal é o número de problemas que nos assolam, como os crimes, os furtos, os seqüestros, problemas de segurança, de trânsito, ecológicos, sexuais e tantos outros que a imaginação e a experiência de cada um pode acrescentar. E o que fazer para controlar esses males? Os processos punitivos são ineficazes, visto que o punir é apenas vingar e não corrigir, além desperta um ódio mortal, vem mais agravar do que solucionar.
Nem mesmo o castigar, que vem de castus e corresponde a casto, puro, correto e, portanto, castigar é purificar, corrigir e exercido pelos pais com lágrimas, que é diferente de punir que consiste em vingar e aplicado com ódio no coração, traz a eficácia desejada.
Considerando que os políticos procuram resolver os problemas sociais; os religiosos, eliminar os pecados; a polícia combater os crimes e até mesmo os elementos da área da saúde, acabar com as doenças. Ora, se esses profissionais surgiram para combater esses males, lastimavelmente, deles são também dependentes, assim, como os traficantes, aqueles que os combatem, também vivem das drogas. Surge então a dúvida: irão tais profissionais acabar com os males que são suas origens? Não. Isso seria um suicídio, um auto-extermínio.
Embora os professores vivam da ignorância, estão, contudo, fora desse raciocínio, visto que, os males acima citados foram criados pelo homem, enquanto que a ignorância, que é um estado, nos é natural.
A natureza nos fez ignorantes, mas somos nós, que nos tornamos criminosos.
Acreditar na punição ou mesmo no castigo, para recuperar um delinqüente, induz as pessoas a esperar que o indivíduo seja preso, para levar-lhe conforto; que se drogue, para levar-lhe a recuperação; que peque, para levar-lhe o perdão; que adoeça, para levar-lhe o remédio; que se torne faminto para levar-lhe o pão...
Esta prática muito generalizada em nossos dias constitui o verdadeiro alimento para o nosso egoísmo que é a causa primária de todos os males e sofrimentos da humanidade. Pode agradar aos profanos, mas, certamente não satisfaz os iniciados, porque não redime, uma vez que estamos vivendo dois mil anos de um Cristianismo sem Cristo.
O Cristianismo com Cristo é bem diferente. Como a verdadeira redenção é suave, leve, agradável e, portanto não sacrificial, assim evita, com a conscientização, que o indivíduo se torne criminoso, por isso não necessita de ser confortado; que se drogue, por isso não necessita de ser recuperado; que peque, por isso não necessita de ser perdoado; que adoeça, por isso não necessita de ser medicado; que tenha fome, por isso não carece do pão alheio...
O Cristo que falta ao Cristianismo de hoje, é o Cristo Educador, aquele que conscientiza, posto que educar é acordar a consciência adormecida pelo ego, mister de Cristo, e sua ação é na alma, a essência divina do homem!
No momento em que esse homem se descobrir, entendendo a sua função de colaborador da Natureza; abraçar amorosamente suas obrigações; transformar-se em um autêntico Cosmopolita, poderá então viver livre, conviver harmoniosamente com todos e com tudo, não havendo problemas quer no trânsito ou ecológico, bem como, de violência, de drogas, sociais e tantos outros.
Conscientizemos todos nós, de que esta será a grande transformação pela qual se há de passar a humanidade: de um Cristianismo sem Cristo de hoje, para o Cristianismo com Cristo do Terceiro Milênio, que já está prestes a raiar e também com ele, o alvorecer da nossa Redenção.
Então, bem vindo esse novo Cristianismo, com o Cristo Educador, que existe em nós e que nos redime.
E que assim seja, e para sempre...